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Bibliomaníaca e melómana. O resto terão de descobrir por vocês!

Monday, May 03, 2010

“As Ligações Perigosas” de Choderlos de Laclos (Relógio d’Água)



Com posfácio de Carlos Drummond de Andrade

Quando Choderlos de Laclos, um militar de ideias revolucionárias do século XVIII, simpatizante do pensamento voltairiano, de vincado espírito crítico e frequentador de salões privados onde se realizavam saraus musicais e tertúlias literárias publicou As Ligações Perigosas, a sociedade reagiu violentamente, manifestando um repúdio categórico pelo conteúdo da obra. Estava-se em pleno reinado de Luís XVI e tudo indica que a reacção se deveu ao facto de a mesma sociedade se ter visto espelhada no conteúdo da correspondência trocada entre as várias personagens, as quais incarnam diversos tipos sociais representativos das elites de então. Este sentimento de repúdio generalizado pela obra encontra-se expresso no conteúdo moralista da Advertência ao leitor antes do primeiro capítulo:

Julgamos do nosso dever prevenir o público de que apesar do título desta obra (Alusão ao subtítulo da edição original: Cartas recolhidas num meio social e publicadas para ensinamento de outros (N. do T.)) e do que o redactor diz no seu prefácio, não garantimos a autenticidade da colecção, e de que temos mesmo fortes razões para pensar que ao fim e ao cabo se trata de um romance.


Supomos, além disso, que o autor que , todavia, parece ter procurado a verosimilhança, a destruiu ele próprio e bem desastradamente, devido à época em que colocou os acontecimentos quer traz a público. Na verdade, várias das personagens que põe em cena, têm taus maus costumes que é impossível supor que tenham vivido neste século Neste século de filosofia em que as luzes, derramadas por toda a parte tornaram, como é sabido, honestos todos os homens e modestas todas as mulheres.


É, pois, nossa opinião, que se as aventuras relatadas nesta obra têm um fundo de verdade, só podem ter acontecido noutros lugares ou noutros tempos; e censuramos muito o Autor, seduzido na aparência, pela esperança de interessar mais, aproximando-se do seu século e do seu país, ter ousado apresentar, com as nossas vestimentas e os nossos modos de viver, costumes que nos são tão estranhos.


A fim de preservar o leitor demasiado crédulo, tanto quanto em nós caiba, de qualquer surpresa a este respeito, apoiaremos a nossa opinião num raciocínio que lhe propomos com confiança, pois que nos parece vitorioso e sem réplica: é que sem dúvida as mesmas causas não deixariam de produzir os mesmos efeitos e que entretanto não é possível, hoje, vermos qualquer jovem, com sessenta mil libras de rendimento, fazer-se religiosa, nem qualquer esposa de um presidente de tribunal, nova e bonita, morrer de tristeza
.

O Tema


A trama, em si, envolve o quotidiano de dois sedutores, cujo principal desporto e prazer consiste em coleccionar aventuras sexuais.

As Ligações Perigosas é um romance epistolar, cuja correspondência trocada entre as personagens põe a nu um conjunto de mecanismos de defesa do ego, cuja finalidade é a de camuflar comportamentos individuais que não são socialmente bem-vistos. A descodificação destes mecanismos advém da possibilidade de comparar o discurso das personagens consoante os destinatários – particularmente nos casos de Mr. de Valmont e Madame de Merteuil.

A racionalização e a sublimação são duas atitudes que estão constantemente presentes na maior parte das cartas emitidas pelos protagonistas. Sobretudo quando dirigidas aos ingénuos Cécile Volanges, ao Cavaleiro Danceny ou, ainda, a Madame de Tourvel. As personagens secundárias são habilmente manipuladas pelos dois protagonistas através de cujas atitudes o Autor aproveita para criar uma evidente e, por vezes sinistra, intertextualidade com algumas das personagens das fábulas de LaFontaine, nomeadamente com o Lobo que veste a pele de Cordeiro (Valmont) ou a astuta raposa que desdenha as uvas que quer comer (Merteuil). Trata-se de dois predadores humanos que utilizam a técnica do disfarce , da sobreposição de várias máscaras sociais, consoante o papel que estão a desempenhar, para garantir a eficácia dos seus objectivos: capturar e seduzir as respectivas presas. O discurso impregnado de cinismo patente numa das cartas de Merteuil a Valmont, na carta V no início do romance, não deixa margem para dúvidas:

O Visconde, possuir a Presidente de Tourvel! Mas que ridículo capricho! Reconheço bem a sua má cabeça que não sabe desejar senão o que não pode obter. Que tem, pois, essa mulher? Trtaços regulares, se quiser, mas nenhuma expressão. Sofrível de corpo, mas sem graça. Vestida sempre de um modo que faz rir! Com os seus molhos de lacinhos ao pescoço e o corpete que lhe chega ao queixo!


Um cinismo mordaz aliado ao mecanismo de racionalização dá a esta invectiva, que esconde uma grande dose de despeito, a aparência de uma crítica fria, apesar de carregada de veneno. Uma crítica que, no entanto, omite detalhes importantes. A tónica pela qual a Marquesa avalia as mulheres em geral, sobretudo as que podem rivalizar com ela é, normalmente, depreciativa. No entanto, com as mulheres idosas a sua atitude muda radicalmente: para elas é amável e doce como o mel. Afinal são elas que constroem a reputação das mais novas. E Merteuil consegue preservar, graças a um meticuloso xadrez de amabilidades e adulações e dissimulações, uma reputação inatacável, recorrendo inclusive à sublimação, isto é, dar um aspecto heróico ou sublime a algo que normalmente seria condenável. A Marquesa de Merteuil transforma a própria vida numa ficção, numa ininterrupta peça de teatro cuja persona ou máscara despe somente quando vai dormir – a sós. Desvenda-a, ocasionalmente, um pouco somente em conversa com Valmont, o seu alter ego. Valmont é a versão masculina de Merteuil. Ambos têm personalidades muito similares, das quais se destaca um profundo egocentrismo, um forte desejo de domínio ou submissão do Outro e uma Ânsia desmedida de protagonismo social que se consolida pela afirmação do seu poder de sedução, sobretudo no caso de Valmont. Já Merteuil , deseja a submissão do género oposto como vingança face a uma educação sexualmente repressiva, criadora de obstáculos ao prazer, conjugando-a com a depreciação de potenciais rivais.


Causas Sociais e Motivações


A origem da personalidade de Merteuil reside numa grande dificuldade em lidar com a frustração. A curiosidade em relação a temas relacionados com a sexualidade na infância e o intenso desejo sexual experimentado na adolescência esbarram com pesadas restrições de carácter religioso da época, que se prolongaram pelo século seguinte, até à belle époque. A religião seria, então, o mecanismo usado no Ocidente para controlo da sexualidade feminina, ao preconizar uma acentuada diferenciação de papéis e atitudes em ambos os géneros, na forma de encarar a sexualidade. As mulheres como Merteuil, Cécile ou Madame de Tourvel eram orientadas de forma a adoptar uma atitude passiva no que toca à sedução – o estigma de Eva – ao passo que o Homem é encorajado a ser activo nas suas conquistas amorosas. O que Valmont faz com o cerco que vai montando a Madame de Tourvel. Ou a Cécile. No entanto, o Visconde de Valmont age como se espera que aja um aristocrata do Ancien Régime em relação às mulheres.

Mas com Merteuil não sucede exactamente assim. Esta só consegue aceder ao prazer sexual fora das convenções – e ao poder – de uma forma velada, caso contrário não seria respeitada socialmente, nem recebida em casa das mulheres de “boas famílias”. Para Merteuil, a imagem é determinante na construção do seu estatuto, do auto conceito ou valorização pessoal e do reconhecimento por parte do meio.


Merteuil expressa um ódio violento a um mundo, mas guardando uma porção especialmente letal de veneno emocional dirigido à mulheres sem, no entanto, jamais o demonstrar: Junto o talento de um autor ao de um comediante. Merteuil é uma efabuladora, tecedora de enredos e intrigas. Uma actriz digna do grande palco que é a vida, como se pode observar na cena da pseudo-violação que envolve Prévain, um jovem oficial gabarola.


Já Valmont, como é educado para pensar que o valor de um homem se mede pelo número de mulheres que consegue seduzir ou, pelo menos, persuadir a esquecer-se do modo como foram educadas, é detentor de um ego que se sente reforçado na proporção directa ao número de mulheres que consegue destruir. Para Valmont, uma vitória suprema reside no facto de uma mulher estar disposta a perder o respeito social de que usufrui em troca de uma paixão.

Casamentos de Conveniência, Lenocínio e Proxenetismo


Os casamentos arranjados em função da manutenção do património eram uma constante num meio social onde se pretende preservar um estilo de vida abastado e onde impera o luxo e a riqueza garanta o acesso ao poder. Merteuil, sendo viúva de um homem extremamente rico trava uma acirrada batalha com os restantes herdeiros deste, frutos do primeiro casamento.
Com o objectivo de assegurar o futuro económico à filha, Madame Volanges, mãe de Cécile, planeia casar a jovem com um homem bastante mais velho, Gercourt, ignorando ter sido este amante de Merteuil. Gercourt procura uma jovem núbil, modesta e loira. E Cécile, de rosto angelical, tocadora de harpa e educada num colégio de freiras, ajusta-se como uma luva às suas pretensões.


A imposição da virgindade até a altura de casamento para que o noivo sentisse salvaguardada a legitimidade da própria descendência. Isto fazia que, paradoxalmente, as mulheres passassem a gozar de maior liberdade após o casamento, uma vez que passavam a ser alvo de menor controlo social, sobretudo por parte da família de orientação. A Madame de Merteuil, o casamento e, mais tarde, a viuvez, servem-lhe de camuflagem para viver casos extra-conjugais, fazendo os seus amantes acreditar terem sido, cada um deles, uma excepção à sua vida de “mulher fiel e recatada”.


Desde que Gercourt decide trocar Merteuil por uma virgem – Cécile de Volanges – aquela decide vingar-se do ex-amante dedicando-se, a partir de então, a corromper a jovem, contando para tal, com a ajuda de Valmont como aliado.


A forma de persuasão usada par a convencer o Visconde de Valmont a aderir ao plano, reside na adulação e na provocação, utilizando todo um manancial de tácticas de intrigas. Valmont não se mostra entusiasmado com a ideia, até Madame Volanges decidir interferir no esquema de sedução que Valmont traçara para vencer a resistência da pudica madame de Tourvel. A partir de então, o hímen de Cécile será, para ele, uma questão pessoal.


Merteuil, não hesita em recorrer a um esquema de lenocínio com o propósito de executar uma vingança, assim como à difamação, utilizando o jovem Danceny, ternamente apaixonado por Cécile. A mentira também faz parte dos seus esquemas, como quando insinua à jovem que, após o casamento com Gercourt, poderá conservar o seu preceptor como amante.


Mas o mquiavelismo de Merteuil atinge o auge de refinamento ao ridicularizar Valmont, na altura em que este se mostra relutante em colaborar nos seus planos:

Sabe, Visconde, que perdeu mais do que supõe não querendo encarregar-se dessa criança? È verdadeiramente deliciosa! Não tem carácter nem princípios. Imagine como a sua convivência será doce e fácil. Não creio que ela venha a brilhar pelo sentimento; mas tudo anuncia nela as sensações mais vivas. Sem espírito e sem finura, ela tem todavia certa falsidade natural, se se pode dizer assim, que algumas vezes a mim própria me espanta e de que ela virá a aproveitar tanto mais quanto o seu rosto oferece a imagem de candura e da ingenuidade.


Já Valmont serve-se, por sua vez, do tom melífluo, usado no discurso presente nas cartas a Madame Tourvel, recheadas de uma angélica hipocrisia, na tentativa de convencer uma mulher de hábitos de vida austeros de que ele próprio é um ser inofensivo e cheio de boas intenções, como se vê na carta XLVIII, escrita a Tourvel, usando o dorso de uma prostituta como escrivaninha:

É depois de uma noite tempestuosa e durante a qual não pude conciliar o sono; é depois de ter estado sem cessar ou na agitação de um ardor febricitante, ou no total aniquilamento de todas as faculdades da minha alma, que venho procurar junto de vós, senhora, uma calma de que tenho necessidade e da qual todavia não espero poder gozar ainda. Na verdade, a situação em que me encontro, ao escrever-vos dá-me a conhecer mais do que nunca o poder irresistível do amor. A custo consigo manter domínio suficiente sobre mim, para por alguma ordem nas minhas ideias. E desde já prevejo que não terminarei esta carta sem ser obriga do a interrompê-la. Pois quê, não poderei esperar que partilharei algum dia a perturbação que experimento neste mesmo instante?.


A Ingenuidade de Madame Tourvel é cinicamente explorada por Valmont que se regozija em fazer-lhe aflorar desejos interditos. Madame Tourvel teve uma educação rígida, de forte pendor religioso a raiar o puritanismo, o que pressupõe fortes convicções envolvendo a noção de lealdade e fidelidade conjugal, juntamente com um conceito muito vincado de solidariedade social que concretiza na ajuda aos menos favorecidos. Valmont explora simultaneamente este ingenuidade e generosidade. Por outro lado, Tourvel é demasiado educada para deixar uma carta sem resposta. Além de que não possui qualquer tipo de experiência em lidar com um predador sexual, o que a deixa sem margem de manobra, para contradizer a retórica falaciosa do vilão de Valmont.


As Ligações Perigosas é o retrato vivo de uma época e de um determinado estrato social cuja publicação, tal como já foi aflorado, causou incómodo em determinadas facções da mesma sociedade por se verem aí espelhadas.


Segundo Carlos Drummond de Andrade , “Aos 41 anos, Choderlos de Laclos solta o seu livro como quem dá um tiro. A surpresa é geral. E o desconforto também. Algumas casas fecham-se à sua visita. Esperava-se uma história licenciosa, que apenas divertisse, e ela aí está, mas sente-se que é muito mais do que isso, que o puro enredo galante se prolonga em algo de sério e, sobretudo, incómodo.


(…)
E as mulheres, que nesse livro são um prodígio de perversidade, como Madame de Merteuil, ou de tolice juvenil, como Cécile Volanges, atacam-no publicamente, embora encham Laclos de atenções como a um inimigo poderoso. O pecado não está nas palavras, que são sóbrias e, mesmo, castas (…), está na intenção do autor que nos convidou para um “
divertissement” e nos oferece um espectáculo atroz em que o mais sujo e o0 mais imperdoável de nós mesmos é captado com solércia. Depõe contra duas classes em luta, depõe contra o tempo, depõe contra a natureza humana. É um livro impossível.”


Drummond de Andrade refere, ainda, a apreciação de André Gide acerca desta obra como um livro desconcertante onde não se percebe se o autor está realmente a ironizar no prefácio ou se pretende realmente realizar uma obra em favor dos “bons costumes”. Gide parece demonstrar alguma reserva tendendo a considerá-lo medíocre quando, no final, cede ao dar razão a Madame de Rosamonde e Madame volanges – o partido dos “bons costumes” contra o verdadeiro amor e a verdadeira virtude, personificados em Tourvel, e não em Valmont ou Merteuil.

Charles Baudelaire manifestava admiração pela obra que retratava um mundo onde tudo era fingido e dissimulado.


Laclos esclarece os leitores: Não sei se Madame de Merteuil jamais existiu. Não pretendi fazer um libelo. Ela tanto pode ser francesa como pertencer a qualquer outro país. Onde quer que nasça uma mulher de sentidos activos, com um coração incapaz de amar, algum espírito e uma alma vil e cuja maldade tenha uma profundeza sem energia, aí estará Madame de Merteuil.


Carlos Drummond de Andrade contrapõe ao afirmar que As Ligações Perigosas não pintam a paixão mas o seu fingimento, exceptuando o caso de Madame de Tourvel, que atesta a sua legitimidade mesmo que clandestina:


O livro passa-se numa atmosfera de laboratório, em que se exercitam um homem ou uma mulher condenados pela sua natureza a realizar até à morte experiências de sedução. É um livro álgido, um livro triste (…) à força de dilacerarem as suas vítimas num esforço para a obtenção do inefável através da satisfação do amor-próprio, na procura de um amor que se nega a si mesmo e que se quer artificial…


Não há solidão maior do que aquela que se alimenta da destruição de outros seres; e Valmont e Madame de Merteuil são dois solitários completos, inabordáveis, petrificados. Os seus contactos sociais são apenas manejos. Incapazes de interesse a não ser por si próprios e traídos pelo mito da conquista que os devora.


Influências literárias


As intertextualidades com as Fábulas de La Fontaine e Esopo são mais do que muitas. Há inúmeras analogias com os múltiplos Lobos e Raposas que povoam as fábulas dos dois autores, personagem animais com características humanas a representar os arquétipos da vilania e da astúcia, respectivamente. Depois da publicação de As Ligações Perigosas a influência de Laclos estende-se pelo século XIX a Stendhal até chegar depois ao romance moderno de crítica social como Balzac ou Flaubert e, em Portugal, a autores como Eça de Queirós.

Um clássico indispensável em qualquer biblioteca.

Cláudia de Sousa Dias

18 Comments:

Blogger Elipse said...

as histórias da História, não é Cláudia.
e como és completa na exposição dos assuntos e na análise da obra.
Gostei mesmo!

6:52 PM  
Blogger Claudia Sousa Dias said...

oh, obrigada...

só não tenho conseguido postar à medida que vou lendo. Só muito a posteriori...mas assim também vou reformulando e refinando os textos...


:-)


CSD

7:22 PM  
Blogger Rosa dos Ventos said...

Este li-o em francês...
Na altura, como tinha que ser, não me deu grande prazer! :-))

Abraço

4:44 PM  
Blogger Claudia Sousa Dias said...

Ah...hoje será diferente, sem dúvida!


;-)


csd

4:49 PM  
Blogger C. Vieira said...

Oi!...

Bom fim de semana pra ti!

7:26 PM  
Blogger Claudia Sousa Dias said...

obrigada...!

um beijo.


csd

10:49 AM  
Blogger L. Modesto said...

Não conhecia o seu blog e o seu trabalho. Para qualque amante dos livros, o prato cheio. Parabéns.

9:49 PM  
Blogger Claudia Sousa Dias said...

Obrigada, L.


e espero vê-la por cá mais vezes...


csd

11:24 AM  
Blogger -pirata-vermelho- said...

Que bem, que bem, Cláudia!

À alegria de te ver escrever isto corresponde, ali em cima, a supresa de teres conseguido fazer aquilo... desculpa, LER aquilo.

O Choderlos de Laclos é um autor de excepção e não só por força desta elaborada tramóia mas também por razões menores
1 o ressonante nome que tinha
2 a associação que faço -estás sentada?- com Proust.
(Eu sei - não se explica; ou a explicação sou eu mesmo, fraco leitor de romances)

Sabes que foi oficial de artilharia do sr Napoléon?

7:49 PM  
Blogger Claudia Sousa Dias said...

sabia sim Pirata...

:-)

Bem, eu ainda não consegui ler o "Ulisses" de Joyce, por isso não me elogies demasiado...

lol


CSD

6:38 PM  
Blogger -pirata-vermelho- said...

A pièce de resistance é todavia, embora em outro plano do entendimento do teu e deste comentário, o Finnegans Wake - experimenta!

6:47 PM  
Blogger Ricardo Antonio Lucas Camargo said...

O exame que o Drummond fez da obra, da qual também foi tradutor, ao caracterizá-la muito antes como um estudo da dissimulação, restringindo a sinceridade somente à senhora de Tourvel, do que como um romance voltado a debater a defesa da moral e dos bons costumes ou ainda a divertir os sequiosos de literatura libertina, não deixa, num certo sentido, de se assemelhar à leitura que Stephen Frears fez, ao iniciar o filme que realizou baseado nela com a maquiagem da Marquesa de Merteuil e do Visconde de Valmont e encerrá-lo com a retirada da maquiagem pela Marquesa de Merteuil. Seria interessante compará-la com outra obra em forma epistolar, os Sofrimentos do jovem Werther, de Goethe, na qual o que se tem não é a tragédia sendo conduzida pelo festival de dissimulações, mas sim pela paixão sincera e impossível de Werther por Charlotte, e que, ao contrário da obra do francês, foi a responsável pela consagração em vida do autor. Também oferece alguns dados interessantes a respeito da conduta que se esperava dos filhos da Casa Grande (senhores de escravos e, depois, grandes latifundiários), no Brasil, documentada na obra de Gilberto Freyre, Casa Grande & senzala.

8:33 PM  
Blogger Claudia Sousa Dias said...

FIca então,aqui, registada a sugestão do Werther...


:-)


Obrigada, Ricardo!


csd

10:32 AM  
Blogger Pandora said...

Como seus comentários são bem trabalhados... Pocha vida... é sempre um prazer passar por aqui!!!

Só acharia bom encontrar uma daquelas caixinhas que ajudam na pesquisa do conteúdo do blog.

11:21 PM  
Blogger Claudia Sousa Dias said...

Obrigada, Pandora.


Quanto à "caixinha", ela já existe...é aquele espaçozinho em branco, no canto superior esquerdo. É só introduzir o nome do livro ou do autor e fazer enter que depois aparecerão todos os textos com aquelas referÊncias...


csd

10:29 AM  
Anonymous Anonymous said...

Adorei o texto! Sou um grande fã dessa obra e ainda tenho pretensões de escrever um ensaio sobre ela. Sou fascinado pela Marquesa, apesar dos pesares... Enfim, cheguei ao blog pesquisando sobre o livro e creio que vou passar a freqüentá-lo. Obrigado por compartilhar suas impressões e sua análise. Parabéns!

6:00 AM  
Blogger Claudia Sousa Dias said...

Obrigda, Gabriel!

Será muito bem vindo. a Marquesa é daquelas personagens que nos fascinam pelo ódio de estimação a que lhes votamos.


csd

2:28 PM  
Blogger Unknown said...

A maldade do mundo contida em duas pessoas...

4:30 PM  

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